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Funcionária da Vale sorrindo em paisagem verde. Ela veste uniforme verde
da vale, oculos, capacete e protetores auriculares Artefato visual de onda Vale
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O relacionamento da Vale com os Povos Indígenas e Comunidades Tradicionais está alinhado às principais referências internacionais, com a atuação de profissionais dedicados, respeito às especificidades locais, à sua organização social e política e por meio de processos participativos.  

Nosso foco está na construção e na manutenção da confiança, no apoio à autonomia e à resiliência das comunidades, contribuindo para benefícios mútuos. Conheça o resultado de algumas de nossas iniciativas em conjunto com essas comunidades. 

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40 anos de relacionamento com o Povo Xikrin do Cateté

Em 2022, celebramos 40 anos de relacionamento com o Povo Indígena Xikrin do Cateté, no Brasil. O momento também foi marcado pelo fechamento de um acordo global, com o objetivo de extinguir Ações Judiciais que estavam em curso.

A Terra Indígena Xikrin do Cateté e as seis unidades de conservação que a Vale ajuda a proteger no Sudeste do Pará formam um maciço de 1,2 milhão de hectares de floresta conservada, o que equivale a nove vezes a cidade de São Paulo.

Entre os principais projetos dos Xikrin do Cateté apoiados pela empresa está o da valorização e resgate da memória e da cultura do Povo Indígena. Assim, nasceu o Projeto Memória Xikrin do Cateté, que já rendeu dois livros e o lançamento de uma plataforma digital sobre a história desses povos, incluindo um acervo sonoro com cantos, rituais e relatos do cotidiano. Os materiais foram selecionados pelos próprios indígenas, a partir de uma vasta coleção de fotos, desenhos, objetos e áudios cuidadosamente registrados pelas antropólogas Lux Vidal e Isabelle Vidal Giannini ao longo de 30 anos e doados à Universidade de São Paulo. 

O apoio à saúde indígena também faz parte da longa parceria entre a Vale e Povo Xikrin do Cateté. Somente nos últimos quatro anos, mais de 3,5 mil atendimentos foram realizados nas diversas áreas da medicina no Hospital Yutaka Takeda, no Núcleo Urbano de Carajás, mantido pela empresa. 

Para comemorar 40 anos de relacionamento, o presidente da Vale, Eduardo Bartolomeo, e as lideranças Xikrin do Cateté, estiveram juntos na Terra Indígena e nas instalações da Vale, no sudeste do Pará.

Sobre o Povo Xikrin do Cateté

A história da Vale com os Xikrin do Cateté está relacionada à própria descoberta da região de Carajás, pelo geólogo Breno Augusto dos Santos, que, em 1967, após sobrevoos pela Amazônia, descobriu as imensas jazidas.

Os Xikrin do Cateté, assim como outros Povos Indígenas do Pará e do Maranhão, foram beneficiados partir de um convênio assinado entre a Vale e a Funai para cumprir uma condicionante imposta pelo Banco Mundial quando da concessão de financiamento à implantação do Projeto Carajás nos anos 1980. Entre as ações implementadas, a demarcação de Terras Indígenas foi um importante avanço nos direitos dessas populações. No comando das ações para atender a condicionante do Banco Mundial estava a arquiteta e urbanista Maria de Lourdes Davies de Freitas, a Lourdinha, nomeada coordenadora de Meio Ambiente da então Companhia Vale do Rio Doce.

Arquivo Vale 

“Com o apoio da Associação Brasileira de Antropologia (ABA), e em convênio com a Funai, Lourdinha e as arquitetas Vania Velloso e Katia Serejo Genes, começaram a visitar as áreas que sofreriam o impacto da construção da mina e da estrada de ferro (EFC), assessoradas por diversos antropólogos, dentre eles, Yara Ferraz, da Funai, Lux Vidal e sua filha Isabelle Giannini, e por Antônio Carlos de Lima Venâncio, que veio a substituir Lourdinha posteriormente (...) e se tornou o grande coordenador das questões indígenas”, relata Maria de Lourdes em seu livro de memórias “Devoção de uma vida”.

Com uma área de 439 mil hectares, a Terra Indígena Xikrin do Rio Cateté foi declarada em 1977 e homologada em dezembro de 1991. O Povo Indígena reúne cerca de 1,6 mil pessoas.

Arquivo Vale 

Plano de conectividade do Programa de Apoio às Comunidades Tradicionais (PACT)

Com a pandemia do Covid-19 e a imposição de restrições à execução de projetos sociais, a Vale desenvolveu sistemas híbridos de ensino e aprendizagem para manter as ações formativas e de assessoria em seu Programa de Apoio às Comunidades Tradicionais (PACT). A inciativa para dar conta da necessidade emergencial de distanciamento transformou a relação das comunidades com a tecnologia e abriu novas possibilidades para desenvolver negócios sociais e fortalecer as associações comunitárias.

Os projetos do PACT até então eram realizados apenas presencialmente em 22 comunidades tradicionais, de 12 municípios maranhenses, a maioria localizados em zona rural que não contavam com uma estrutura de conectividade.Assim, a Vale implementou um plano para fornecer infraestrutura, conexão e acesso a recursos digitais às comunidades, formadas por famílias de baixa renda.

Entretanto, para a equipe do programa, não fazia sentido a tecnologia aplicada somente como um paliativo diante das restrições impostas pela pandemia, mas como uma oportunidade de realizar transformações na forma de desenvolver negócios sociais e de fortalecer associações comunitárias. Essa decisão resultou no Plano de Conectividade do PACT, lançado em 2020 e que incluiu previsão para a construção de salas multimídias nas comunidades, disponibilização dos equipamentos e de sinal de internet, além de formação de pessoas da comunidade para atuar como monitores de inclusão digital. Os valores pagos pela implementação e operação das salas também são custeados pelo projeto, que conta ainda com materiais e conteúdos digitais ligados à realidade local das comunidades. As associações também estão recebendo apoio no desenvolvimento de um plano de autofinanciamento das salas após a conclusão do programa. 

As comunidades escolares também puderam desfrutar dessa tecnologia e acompanhar as aulas on-line dos diferentes níveis de ensino básico. As associações e os grupos produtivos puderam, com base no que aprenderam nesse processo de cursos e experiências remotas, buscar outros treinamentos e oportunidades de capacitação remotamente, além de recorrer à estrutura tecnológica mesmo após o fim da pandemia para ampliar o atendimento à população, trocar experiências e aproximar a conexão territorial.

 Atualmente, iniciativas do Programa seguem em curso no sistema híbrido de ensino e aprendizagem. Um exemplo é o Curso de Formação de Gestores Comunitários de projetos, com aulas on-line ao vivo e conteúdos gravados (vídeos, podcasts, jogos e fóruns interativos), assessoria aos alunos e aulas presenciais com atividades práticas e elaboração de projetos.   


 

PIPOU - Programa Indígena de Permanência e Oportunidades na Universidade

Promovido pela Vale, em parceria com o Instituto Sociedade, População e Natureza (ISPN), especialistas em educação superior indígena e representantes do movimento social indígena, o PIPOU tem como principal objetivo contribuir com a autonomia e o empoderamento dos Povos Indígenas brasileiros na educação. O programa está em consonância com os objetivos da Declaração da ONU sobre os Direitos dos Povos Indígenas, sobretudo em relação ao artigo 14, que determina o direito ao acesso à educação sem discriminação e o de estabelecer e controlar seus sistemas e instituições educativos, que ofereçam educação em seus próprios idiomas, respeitando seus métodos culturais de ensino e aprendizagem.
Andreza Andrade/acervo ISPN Entrega de notebooks para estudantes indígenas na UnB realizada pela equipe PIPOU/ISPN
O programa contempla auxílio financeiro com bolsas de estudo e um notebook, além de acompanhamento pedagógico e atividades extracurriculares, como reforço de disciplinas em que eventualmente o aluno tenha dificuldade, e debates periódicos com um colegiado formado por especialistas indígenas e não-indígenas, alunos beneficiados, assim como representantes da Vale e do ISPN.

O PIPOU está no terceiro ano e podem participar estudantes de Povos de todo o Brasil. A seleção para o programa leva em conta a trajetória de vida e o compromisso de cada estudante com o curso de graduação e com seu povo e território. A duração da bolsa é de um ano, podendo ser estendida mediante comprovação de desempenho.

Em 2023, o PIPOU atendeu cem estudantes indígenas, de 40 Terras Indígenas e 32 Povos. O grupo está presente em 21 instituições de ensino superior de todo o país, com a maior quantidade de alunos bolsistas na Universidade do Maranhão (Uema), na Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa) e na Universidade de Brasília (UnB). Entre os principais cursos escolhidos estão Medicina, Enfermagem e Ciências Sociais. Desde o início do PIPOU em 2021, 11 estudantes se formaram.